quarta-feira, 18 de abril de 2012

A velha chata (Parte 1)


Era uma vez uma vizinhança como qualquer outra. Alguns vira-latas pelas ruas, pipas enroscadas nos fios, muitas crianças brincando (e fazendo muito barulho) e claro, a velha chata do bairro. Dolores era o seu nome.

            Dona Dolores era muito conhecida e temida pelas crianças do bairro. Sempre que elas brincavam perto de sua casa a senhora reclamava, gritava e xingava. Se a bola ousasse cair em seu quintal. Xiiiiii... Era bola perdida na certa. Além disso, a velha era uma pessoa muito solitária, desde que tinha se mudado para o bairro (há aproximadamente 7 anos) nunca ninguém havia visto ela recebendo qualquer visita. O único momento em que os vizinhos a viam era pela manhã, quando ela religiosamente varria a sua calçada todos os dias. Isso lhe rendeu o apelido de Dona Varrida.

            Certa vez as crianças estavam jogando bola na frente da casa de Dona Dolores e em um chute desengonçado a bola acabou caindo no temido quintal. Todas as crianças ficaram paralisadas e logo o silêncio foi quebrado:

- Seu perna de pau, você perdeu minha bola, vai ter que pagar outra – dizia o dono da bola ao menino que havia chutado.
- Eu não! Não fiz de propósito. – respondia o chutador querendo tirar o corpo fora.

E a discussão começou. No auge da confusão, Pedrinho, um menino que tinha se mudado há apenas dois dias, decidiu acabar com a confusão:

- Parem de brigar. É só tocar a campainha e pedir a bola de volta. – e Pedrinho seguiu em direção do portão da Dona Varrida.

As outras crianças até pensaram em avisar o novo amigo do perigo que estava correndo, mas cochichando entre sí, decidiram pregar uma peça no garoto e ver o que aconteceria, queriam ver a Dona Varrida dando a maior bronca e depois caçoarem dele.

Pedrinho tocou a campainha...

O que acontecerá com Pedrinho? Descubra na semana que vem.

 Por César Mengozzi

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